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Axé Moi

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Dilma e Serra excluem temas verdes de debate

Da Redação do União Perfeita.com

No dia em que Marina Silva e o PV oficializaram a neutralidade para o segundo turno das Eleições 2010, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) ignoraram os principais temas defendidos pela candidata derrotada à presidência. Em debate organizado pela Folha de S. Paulo e pela Rede TV!, neste domingo, 17, os dois candidatos se concentraram na troca de acusações.
No geral, Dilma e Serra tornaram mais ameno o clima do debate em relação ao encontro na Band, na semana passada. Os assuntos mais recentes e polêmicos da campanha, como as acusações contra Erenice Guerra e Paulo Preto, foram abordados apenas pelos jornalistas convidados.
No início do debate, o assunto mais discutido pelos dois candidatos foi a posição de cada um quanto a uma possível privatização da Petrobras. Serra negou ser a favor de que a empresa deixe de ser estatal, no único momento tenso do primeiro bloco. "O programa da candidata na TV mente o tempo inteiro sobre a minha posição a respeito da Petrobras", disse. Dilma contra-atacou acusando Serra de, em seu mandato como governador de São Paulo, ter vetado a compra da Gas Brasiliano, empresa italiana com atuação no estado, por parte da Petrobras.
As drogas foram o tema mais forte do segundo bloco. Serra afirmou não haver guarda das fronteiras brasileiras, o que seria a principal razão da entrada de entorpecentes no país. Dilma, por sua vez, argumentou que, no governo Lula, a Polícia Federal foi equipada para combater o tráfico, acusando o adversário de falhar no atendimento a viciados em São Paulo. O candidato do PSDB subiu o tom, declarando que o PT é contra a criação de clínicas de tratamento.
Perguntado novamente sobre privatização, Serra voltou ao tema das drogas, criticando o governo federal. "A questão foi deixada de lado", atacou. Na réplica, Dilma citou a Cracolândia, região da capital paulista dominada pelo tráfico, como exemplo de uma falha do governo de São Paulo no combate à comercialização das drogas.
Corrupção – Os jornalistas convidados pela organização puderam fazer perguntas no terceiro bloco do debate. A editora da seção "Painel", da Folha de S. Paulo, Renata Lo Prete, perguntou se Serra sabia das ações de Paulo Preto, que teria arrecadado e desviado dinheiro de campanhas do PSDB. O tucano descartou ter conhecimento de possíveis desvios, mas negou ter dito que desconhecia o engenheiro. "A repórter perguntou sobre Paulo Preto, e eu não conhecia. Conheço Paulo Souza", disse, chamando de "racista" o apelido dado ao ex-diretor da Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa).
Patrícia Zorzan, repórter especial da Rede TV!, perguntou a Dilma se ela seria capaz de escolher os ministros do governo, se a candidata diz ter sido enganada por Erenice Guerra, ex-ministra-chefe da Casa Civil acusada de corrupção. A petista declarou, em resposta, que a sua ex-braço-direito errou ao contratar parentes.
Saúde e educação – No quarto bloco, Serra acusou o governo Lula de recuar na saúde. Dilma usou seu tempo de resposta questionando o tucano sobre os problemas das estradas paulistas e do domínio do Primeiro Comando da Capital (PCC) nos presídios do Estado. O candidato do PSDB, por sua vez, declarou que o PT copia ideias de seu partido para a saúde, mas não as colocou em prática nos últimos oito anos.
Dilma voltou a subir o tom do debate ao acusar o DEM, partido de Índio da Costa, candidato a vice-presidente de Serra, de tentar acabar com o ProUni, programa do governo federal que concede bolsas de estudos a estudantes pobres em instituições particulares de ensino superior. O tucano retrucou citando o que considera avanços na educação de São Paulo, como o acréscimo de um professor-auxiliar em sala de aula.
Serra, por fim, usou a tréplica para criticar o vazamento dos dados dos estudantes que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano e declarar que "o Enem morreu" no governo Lula. Dilma manteve o tema educação em voga e acusou o governo Serra de fazer "muito menos do que poderia" em São Paulo e de contratar professores "de forma precária". A petista usou o slogan de campanha do rival — O Brasil pode mais — para criticá-lo: "Quando pôde mais, fez menos".
Nas considerações finais, Dilma falou que "o amor vai vencer o ódio", analogia com "a esperança vai vencer o medo", frase que caracterizou a campanha de Lula em 2002. Serra, então, enumerou valores que diz defender. "Verdade, honestidade, liberdade, justiça, democracia e solidariedade", falou.
Bahia – Muito voltado aos temas de São Paulo, o debate tocou pouco em temas exlusivamente do Nordeste. A única menção à região foi no segundo bloco, quando Serra criticou as "ruins" estradas federais, enquanto Dilma acusou o rival de "não conhecer a realidade do país". O tucano mencionou, como exemplo, o trecho Salvador-Feira de Santana da BR-324 como suposta prova das más condições das rodovias federais.
Durante todo o debate, os temas mais polêmicos da campanha como a discriminalização do aborto e a união civil de homossexuais não foram abordados por nenhum dos candidatos.


Fonte: A Tarde On Line
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